Documento do Vaticano estabelece que padres podem conceder bênçãos a casais LGBTQIA+, sinalizando acolhimento divino, mas sem configurar como casamento na doutrina da Igreja
Papa Francisco durante visita à Portugal para a Jornada Mundial da Juventude em 2 de agosto de 2023 - Foto: MIGUEL A. LOPES/REUTERS
Em
uma decisão histórica, o Papa Francisco aprovou a concessão de bênçãos a casais
do mesmo sexo, conforme anunciado pelo Vaticano nesta segunda-feira (18). O
documento, intitulado "Sobre o significado pastoral das bênçãos",
estabelece que os padres católicos têm permissão para istrar bênçãos a
casais LGBTQIA+, desde que essas não façam parte de rituais ou liturgias
regulares da Igreja.
O
texto ressalta que tais bênçãos não conferem legitimidade a situações
irregulares, ou seja, não são equivalentes a um casamento sacramental, mas
representam um sinal de acolhimento divino a todos. Os sacerdotes são
orientados a avaliar cada caso individualmente, sendo encorajados a não impedir
ou proibir a proximidade da Igreja às pessoas que buscam a ajuda de Deus por
meio de uma simples bênção.
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A
decisão reforça uma postura mais inclusiva adotada pelo Papa Francisco desde
sua eleição em 2013, evidenciando uma tentativa de tornar a Igreja mais
acolhedora às pessoas LGBTQIA+ sem alterar a doutrina moral da instituição. O
pontífice já havia indicado em outubro deste ano que uma mudança oficial estava
em curso, após questionamentos feitos por cardeais conservadores. O documento
de oito páginas divulgado hoje explicita as condições específicas para a
concessão das bênçãos, em uma seção dedicada a "Bênçãos de casais em
situações irregulares e de casais do mesmo sexo".